quarta-feira, janeiro 28

Agora que finalmente estamos livres do interminável noticiário referente à reforma ministerial e às comemorações dos 450 anos de São Paulo, me vem a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e indica o "Cidade de Deus" em quatro categorias do Oscar. Pra quê! Até o dia da fatídica premiação, certamente seremos bombardeados com o ufanismo desmesurado de grande parte da mídia. Saca aquelas matérias edificantes com humildes moradores do subúrbio carioca comentando sobre como a conquista do careca dourado será motivo de incomensurável alegria em suas vidas? Não? Aguardem para breve, então. Mesmo que leve apenas o Oscar de montagem, aposto que vai ter desfile no carro de bombeiros.

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Melhor momento do Globo de Ouro: após "Lost in translation" ser anunciado como vencedor nas categorias ator e roteiro, tocaram Just like honey do Jesus & Mary Chain (que está na trilha do filme) enquanto o Bill Murray e a Sofia Coppola lutavam para abrir caminho entre as mesas e alcançar o palco.

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A expectativa é grande. Se tudo correr nos conformes, no próximo episódio de Whose line is it anyway? serei presenteado com o esporádico quadro em que o Colin Mochrie e o Ryan Stiles improvisam uma cena de filme noir. É de rachar o bico. Eu nunca me canso, merecia lugar fixo no programa.

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Ok, hora de retrospectiva. Afanando uma idéia que vi no Aleatório, eis a lista dos cinco melhores cds que eu dei a sorte de encontrar em sebos:
1. The Beach Boys - Pet Sounds (stereo & mono)
2. Cowboy Junkies - Black eyed man
3. Catatonia - Greatest Hits (edição dupla limitada)
4. Black Box Recorder - England Made Me
5. Neil Young - After The Gold Rush

segunda-feira, janeiro 19

Tudo bem, deixa eu escrever alguma coisa antes que o mês de janeiro passe todinho em branco. Poderia pegar mal. E então, como fomos de Natal e Ano Novo? Peraí... tenho certeza de que existe uma categoria profissional que incorporou a 1ª pessoa do plural ao seu linguajar. Qual é mesmo? Professoras, psicólogas ou enfermeiras? Ou nenhuma dessas? Ok, tentarei não mais digressionar.
Cumprindo a tradição familiar, fui lá e bati o cartão nas efemérides natalinas. O engraçado é que, nas festas atuais, você só sabe que é Natal graças à colossal quantidade de comida. Nem árvore tem. Deve ser uma decepção para a nova geração. No tempo em que eu usava calças curtas (lorota, mas a expressão é do meu agrado) era bem mais divertido. Pasmem, até em Papai Noel se acreditava. Também é um dia bem chato para quem não gosta de carne e, portanto, nem sabe diferenciar aquela farta variedade de aves fatiadas. O que foi que eu almocei mesmo? Bom, certamente foi uma refeição bastante frugal, visto que o meu estômago faz severas restrições a qualquer tipo de extravagância gastronômica. E como a coisa que eu mais odeio na vida é vomitar (trauma de infância, nem te conto), o obedeço humildemente. A verdade é que nessas horas ninguém liga muito para os acepipes (é tradição encontrar no dia seguinte as travessas repletas de comida azeda), o que vale mesmo é enfiar o pé na jaca. Sobre isso, eis uma historinha edificante: Indivíduo caxias que sou, recolhi-me cedo aos aposentos (bonito isso), li um pouco e tratei de dormir. Acordei de manhã e, estupefato, encontrei os bebuns usuais em animada conversa. Como é que pode? Encheram a cara e, mesmo assim, conseguiram levantar antes de mim? Que nada. Passaram a noite em claro enxugando garrafas. Enquanto eu acordava, eles ainda iam dormir. Não sei por que eu ainda fico surpreso.
E aqueles almoços posteriores que são feitos com as sobras? Meu Deus. E tem gente que come. Felizmente um dos eventos ocorreu no sítio, onde pude optar por uma bela comida caseira preparada no fogão de lenha. Um dia eu ganho a megasena acumulada (primeiro, preciso jogar), aí vocês vão ver.
Chega, né? Acho que já escrevi demais.